segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Convite Reunião de Professores- Jd. Tiradentes

Para a reunião de Professores da EBD
A Ig. do Jd. Tiradentes fez 
Esses convitinhos:


Parabéns!!
Ficaram Lindos.

Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor,
Cl.3.23

sábado, 25 de agosto de 2012

Envolver a Equipe- Pr. Eliézer Cavalcante


E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros 
para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu

serviço, para a edificação o corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno

conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,

Palavras-chave
APERFEIÇOAMENTO
DESEMPENHO
EDIFICAÇÃO

EDUCAÇÃO
  A palavra educação vem do latim ex ou e (de dentro de, para fora de) e, ducere (tirar, levar).
   Educação significa então o processo de se tirar de dentro de uma pessoa, ou levar para dentro de uma pessoa. Num conceito amplo e genérico, esta supõe o processo de desenvolvimento integral do homem, em suas capacidades físicas, intelectuais e morais. Ela não visa somente à formação de habilidades, mas também do caráter e personalidade social. 
 Portanto a educação é um processo que dura à vida inteira, podendo se dar em um âmbito formal (sistemático), isto é, existe uma ordenação ou método previamente preparado e visa, em primeira instância a transmissão de conhecimentos; ou não-formal (assistemática), que ocorre sem ordenação ou método visando prioritariamente à transformação de vidas. 
Segundo o Dr. Perry G. Downs, a Educação Cristã é “o ministério de levar o crente à maturidade em Jesus”.   O Dr. Lawrence O. Richards ainda acrescenta:
  “Na Educação cristã não importa somente ensinar a palavra, importa como a palavra é ensinada. A educação cristã quer ajudar as pessoas a tornarem-se  o que seus professores são, não a saberem o que seus professores sabem”.
Uma definição boa, funcional e abrangente de discipulado é dada pelo Dr. Tony Evans, em seu livro Discipulado Espiritual Dinâmico quando este diz:
  “Discipulado é aquele processo de desenvolvimento da igreja local que progressivamente conduz os cristãos da infância para a maturidade espiritual, de tal maneira que se tornam capazes de repetir o processo com outra pessoa.” 
O Dr. Tony Evans ainda acrescenta que:
  “este processo chamado de discipulado relaciona-se ao desenvolvimento espiritual, não com o tempo em que você é cristão.”
  E ele então complementa:
  “Se o discipulado é um processo de desenvolvimento espiritual, então para qual alvo temos de avançar? Para a maturidade espiritual: tornar-se um discípulo adulto, bem preparado de Jesus Cristo.”
E AGORA?
O que é uma Escola Bíblica? Qual o seu propósito? Ainda é relevante nos dias de hoje?
Quem é o superintendente de Escola Bíblica? O que ele/ela faz?
Por que um membro de sua Igreja deveria frequentar a Escola Bíblica? Quantos já frequentaram a Escola Bíblica e hoje não vão mais?
VAMOS PENSAR JUNTOS?
3 FATORES VITAIS
VALORES PERMANENTES
MISSÃO
VISÃO
VISÃO (natureza e identidade da Igreja Local):
  Uma visão claramente definida é importante porque:
Define o que queremos ser (ideal).
Unifica as expectativas.
Dá sentido - direção.
Facilita a comunicaçãozAjuda o envolvimento.
Favorece o comprometimento.
Dá energia às equipes de trabalho.

Inspira as grandes diretrizes da Instituição.

MISSÃO (qual o seu papel no cumprimento da visão):

  A definição clara da missão deve incluir:

A razão de ser da instituição

Para que serve (“a que veio”)

Que diferença faz existir ou não

Limitações (geográficas, filosóficas, funcionais, contextuais)

Abrangência: até onde?


VALORES PERMANTENTES:

  Os valores podem ser considerados inegociáveis:

Pela instituição - não podemos mudar.

Pelo grupo de trabalho - não queremos mudar.

Por cada participante - não conseguimos mudar

Pelos compromissos assumidos:

seu passado,  seu presente, seu futuro


ÁreaS A SEREM CONSIDERADAS

ØO que queremos fazer?  VISÃO
Ø O que podemos fazer?  AMBIENTE
ØO que sabemos fazer?  CAPACITAÇÃO
ØO que vamos fazer?  ESTRATÉGIA

Áreas da capacitação

Pedagógica
Corporativa
Bíblica 
Espiritual

PERSPECTIVA DE INFLUÊNCIA

Indivíduo 
Professor 
Superintendente

O PLANO DE AÇÃO


AVALIAÇÃO
PLANEJAMENTO
EXECUÇÃO
CONTROLE
CELEBRAÇÃO

Qual a nota que você dá para sua Escola Bíblica?

PLANEJAMENTO - objetivos
SMART
eSpecífico
Mensurável
Alcançável
Relevante
Tempo

PLANEJAMENTO - Níveis
Longo prazo
Currículo
Avaliação
Treinamento de professores 
Planejamento
Médio prazo
Avaliação 
Treinamento de professores 
Curto  prazo 
Campanhas 
Eventos 
Aulas
Reuniões 
ESTRATÉGIAS E ATIVIDADES
Definir as áreas de atuação (delegar atividades) 
Planejar programas de ação (COmissionar
Selecionar atividades práticas  
Saber claramente o que (e para que) é a atividade 
A pessoa certa, no lugar certo, pelas razões certas 

CONTROLE – Avaliação Constante
Garantir as condições de trabalho
Acompanhar o desenvolvimento
Aperfeiçoar os processos por meio de intervenções pontuais
Motivar e Mobilizar a equipe constantemente


























 



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Palestra: Pensando a Escola Bíblica- Pr. Eliézer Cavalcante

O Método deve ser Prático!

nPrecisa ser algo que funcione com facilidade.
nDeve ser relevante para o aluno e para o ensino. Não pode ser “enrolação” do tempo...

O Método deve ser Interessante!

nPrecisa ser “gostoso” de se fazer ou ver.
nPrecisa atrair a atenção do aluno para dar-lhe certo descanso e alegria. Não pode ser “chato”.

O Método deve ser Organizado!

nPrecisa ser algo preparado de modo adequado, para não virar “bagunça”.
n Precisa ser usado em contexto, como parte de um planejamento maior.


O Método deve ser Variado!

nA combinação de diversos métodos (sem repetir um mesmo) é essencial para criatividade e 

dinamismo.

nHá muitas alternativas disponíveis:

lfilmes,

ldinâmicas de grupo,

ltextos selecionados,

lmúsicas,

ldramatização,

lexposições com áudio visuais,

lilustrações concretas,

lOutras inúmeras alternativas

e por isso não se justifica fazer um trabalho enfadonho...

O Método deve ser Objetivo!

Não se usa o método pelo método. Ele sempre é usado com intenção específica no 

 projeto de ensino e aprendizagem.

n O método segue um ensino apresentado

nEsclarecendo,
nReforçando
nAplicando

Ou antecede um ensino

nPreparando
nCriando interesse
nAbrindo caminho para aprendizagem de conceitos

Ou concentra o ensino em si mesmo


O Método deve ser Proporcional!


O tempo usado por um método (filme, dinâmica, etc) deve ser proporcional ao programa 

total da matéria.

O(a) professor(a) não deve empolgar-se com um determinado método, permitindo que

ele se torne o centro das atenções.


Passos que vão além do esforço óbvio no ensino e aprendizagem


nSaber como se adquire o saber
nSaber como se usa o saber

A Segunda Milha:

Revisão – dar uma boa olhada no material preparado
Amadurecimento – evitar trabalho de última hora.
Detalhes – um trabalho de arte! Uma aula que vale a pena!!
Interação – esforço deliberado para dar voz ao aluno no processo ensino/aprendizagem

O aluno

nDevemos conhecer o aluno
lServimos a uma pessoa “real” que acredita num plano de Deus que se envolve em um programa educacional.

nDevemos orar pelo aluno:
lNão é suficiente saber que um projeto está bem... Desejamos saber que o Senhor está abençoando e usando nossos alunos!!!




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PENSANDO A ESCOLA BÍBLICA


EDUCAÇÃO CRISTÃ

Pr. Eliézer Cavalcante

1 Definição
            Há vários conceitos de educação, e conforme o conceito que se tem, a educação se processa. A palavra educação vem do latim ex ou e (de dentro de, para fora de) e, ducere (tirar, levar).  Educação significa então o processo de se tirar de dentro de uma pessoa, ou levar para dentro de uma pessoa. Num conceito amplo e genérico, esta supõe o processo de desenvolvimento integral do homem, em suas capacidades físicas, intelectuais e morais. Ela não visa somente à formação de habilidades, mas também do caráter e personalidade social. Portanto a educação é um processo que dura à vida inteira, podendo se dar em um âmbito formal (sistemático), isto é, existe uma ordenação ou método previamente preparado e visa, em primeira instância a transmissão de conhecimentos; ou não-formal (assistemática), que ocorre sem ordenação ou método visando prioritariamente à transformação de vidas.
            A Educação Cristã, foi muito bem definida, em termos bem simples, pelo Dr. Perry G. Downs, grande expoente da Educação Cristã na atualidade atuando como professor na Trinity Evangelical School, quando este a apresenta como sendo “o ministério de levar o crente à maturidade em Jesus.” (DOWNS, 2001, p. 17). Roswitha Massambani complementa bem esta idéia quando faz, em sua apostila sobre Escola Bíblica, uma citação do Dr. Lawrence O. Richards onde este diz:
Na Educação cristã não importa somente ensinar a palavra, importa como a palavra é ensinada. A educação cristã quer ajudar as pessoas a tornarem-se  o que seus professores são, não a saberem o que seus professores sabem. O jeito mais eficaz de edificar homens e mulheres para serem iguais a Cristo é: Fazer discípulos (RICHARDS apud MASSAMBANI, 2002, p. 3).

Vale portanto destacar, antes de passar para o estudo do discipulado cristão, o resumo sobre uma estrutura de filosofia de educação cristã apresentado pelo Dr. Michael S. Lawson, que se segue:
1.       ‘Por que ensinar?’ Cristo comissiona nossos esforços, enquanto Deus desafia nossa comunicação de ser criativo.
2.       ‘Que resultados devemos esperar?’ Amor, moralidade, estabilidade teológica e serviço combinam-se para forjar a mera do ensino cristão.
3.       ‘Quem é o mediador do ensino cristão?’ Nenhum outro tipo de ensino proporciona um capacitador divino como o Espírito Santo.
4.       ‘Como devemos ensinar?’ Os professores cristãos desenvolvem-se à medida que criativamente administram motivação, tempo, conteúdo, espaço e participação.
5.      ‘A quem devemos ensinar?’ Para o professor cristão, os alunos apresentam-se numa diversidade de pacotes composta de homens naturais e dois tipos de crentes espirituais.
            (LAWSON in GANGEL & HENDRICKS, 1999, p. 67).

2 Discipulado Cristão
Uma definição boa, funcional e abrangente de discipulado é dada por Tony Evans, PhD. pelo Dallas Theological Seminary, em seu livro Discipulado Espiritual Dinâmico quando este diz: “Discipulado é aquele processo de desenvolvimento da igreja local que progressivamente conduz os cristãos da infância para a maturidade espiritual, de tal maneira que se tornam capazes de repetir o processo com outra pessoa.” (EVANS, 2000, p. 14).
Isto implica num processo de ensino no qual o aprendiz ou aluno é conduzido a determinado alvo. Para se tornar discípulo, uma pessoa deve adquirir e dominar um conjunto de conhecimentos. No entanto, conhecimento apenas não faz de uma pessoa um discípulo. Esta precisa, além do conhecimento, de saber como obter essa informação e o que fazer com ela. O discipulado implica no desenvolvimento de aptidões. Por isso Jesus, depois de ensinar seus discípulos, conduzia-os a situações nas quais pudessem aplicar o que estavam aprendendo. Quando Jesus disse no capítulo dez do evangelho de  Mateus, versículos vinte e quatro e vinte e cinco, que os discípulos devem ser como seu mestre, ele estava esclarecendo a seus discípulos que ser discípulo é um processo. Tony Evans ainda acrescenta que “este processo chamado de discipulado relaciona-se ao desenvolvimento espiritual, não com o tempo em que você é cristão.” (EVANS, 2000, p. 19). E ele então complementa: “Se o discipulado é um processo de desenvolvimento espiritual, então para qual alvo temos de avançar? Para a maturidade espiritual: tornar-se um discípulo adulto, bem preparado de Jesus Cristo.” (EVANS, 2000, p. 21).
A Grande Comissão deixada por Jesus a seus discípulos, que foi retransmitida à Igreja por meio destes, e da qual os jovens fazem parte; está descrita no Evangelho de Mateus, capítulo vinte e oito, versículos dezoito a vinte que diz: Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Ao comentar este texto Ed René Kvitz diz que “o discipulado se faz através de relacionamentos, pois discipular é ‘ensinar a guardar todas as coisas que o Senhor Jesus mandou, e não apenas ensinar o que o Senhor Jesus mandou.” (KVITZ, 2000, p. 58 – 59). Perry G. Downs diz que “nossa tarefa é descobrir os modos mais eficazes de cumprir a Grande Comissão aprendendo a educar efetivamente.” (DOWNS, 2001, p. 23). Michael S. Lawson, professor e catedrático do Departamento de Educação Cristã no Dallas Theological Seminary, ainda acrescenta
A característica mais importante da Grande Comissão para os professores cristãos gira em torno do aluno. A frase ‘fazei discípulos’ na verdade significa fazei ou desenvolvei aprendizes. O próprio mandato para o ensino cristão dado por Cristo envolve mais do que disseminar informações. Baseado nesse texto bíblico, o professor cristão tem de desenvolver aprendizes. Os mestres cristãos lutam com sua tarefa até que seus alunos se tornem discípulos de Jesus Cristo (LAWSON in GANGEL & HENDRICKS, 1999, p. 67).

Sendo assim percebe-se a importância da análise bíblica sobre discipulado que se segue; onde torna-se possível ver as seguintes definições e implicações (a exegese que se segue é baseada em aula e material não-publicado do curso de Discipulado Avançado do Treinamento Para Líderes de Juventude, ministrado pelo Pr. Nelson Bomilcar, em janeiro de 2002; acrescida de material da Bíblia on Line; Manual dos Tempos & Costumes Bíblicos; DITAT e DITNT):

NO ANTIGO TESTAMENTO:
No Antigo Testamento manqanw (discipular/discipulado) se emprega cerca de quarenta vezes. Emprega-se vinte e oito vezes para interpretar dml, que significa acostumar-se a, familiarizar-se com, aprender. Na maioria das passagens não temos ênfase teológica especial. Entretanto vê-se claramente esta ênfase teológica de manqanw em Deuteronômio, onde Israel corre o risco de esquecer a vontade de hwhy (SENHOR), abrindo mão de sua eleição e das promessas de salvação (Dt. 6:10 – 12; 8: 17; 11: 1). Israel então precisa mais uma vez de aprender a obedecer e fazer a vontade de Deus (Dt. 4: 10; 14: 23; 17: 19; 31: 12 – 13). O alvo é “temer ao SENHOR”. Para os aprendizes significa entender e obedecer a Torá (Dt. 4: 14), que continha a história total das ações de salvação da vontade de Deus. O resultado é  a aceitação interior desta vontade (Dt. 30:14).
Na septuaginta, é importante destacar que a falta de qualquer vocabulário do Antigo Testamento para “aprendiz”, tal como se vê o relacionamento mestre-aluno, se vincula com a consciência de Israel quanto a ser ele um povo eleito. Todos que atendem a Moisés e aos profetas não são chamados alunos, mas servos. Josué é o servo de Moisés (Ex. 24: 12; Nm 11:28); Elizeu é o servo de Elias (1 Rs. 19:19); Geazi é o servo de Eliseu (2 Rs. 4: 12); Baruque é o servo de Jeremias (Jr. 32: 12 – 13). O que se realça não é a autoridade ou personalidade de algum homem, mas a palavra de Deus.

NO JUDAÍSMO RABÍNICO:
            Já no judaísmo rabínico o quadro é bastante diferente. É fundamental o aprendizado da totalidade da tradição hebraica (escritos bíblicos, Tora oral) diretamente do rabino, porque através de sua autoridade e seu acesso direto às Escrituras, seria facilitado o escutar correto e o entender correto. Era como um mediador entre o aprendiz e a Tora dando uma interpretação mais correta.
            O aprendiz absorveria o conhecimento examinando de modo crítico. Somente aquele que estudou e serviu sob supervisão e autoridade de um estudioso judaico num período extenso, poderia se tornar um “mestre” com autoridade para ensinar.

NO NOVO TESTAMENTO:
            No Novo Testameto o verbo manqanw ocorre vinte e cinco vezes, das quais apenas seis são nos Evangelhos. Didaskw, “ensinar” é muito mais comum. Já o substantivo maqhthj  (discípulo) ocorre em torno de duzentos e sessenta vezes, exclusivamente nos Evangelhos e Atos. Manqanw indica uma total devoção a alguém, no discipulado. O uso secular da palavra no sentido de aprendiz, estudante, não é presente nesses. Deve-se entender que textos como os de Mt. 10: 24 – ss e Lc. 6: 40, que dizem “o discípulo não está acima do seu mestre” se refere não apenas ao relacionamento com o professor, mas entre o maqhthj ((((discípulo) e o Kurioj (Senhor), Jesus. A Manqanw também está relacionado o aprender a vontade de Deus, conforme Jesus o transmite a seus ouvintes (Mt. 9: 13; 11: 29; Jo. 6: 45). O próprio Jesus é o ponto de referência, sendo que somente nEle que se pode conhecer a vontade de Deus (Mt. 11: 29).
Manqanw quando usado nas epístolas, refere-se à “mensagem ou ensino” de Jesus (Rm. 16: 17; Ef. 4: 20; 2 Tm. 3: 14).
É indiscutível que Jesus chamou os homens para serem Seus discípulos e seguidores. A natureza do discipulado foi baseada em Sua própria pessoa. Jesus inicialmente surgiu como um rabino ou escriba, ensinava e debatia como um destes (Mc. 12: 18 – ss). Ainda que muitos não o reconhecessem como tal por não ter passado por escola rabínica (Mc. 6: 2; Jo. 7: 15), seus discípulos o chamavam de “Rabi” (Mc. 9: 5; 11: 21; Jo. 1: 38; 4:31). No caso de Jesus, o diferencial para uma caminhada como discípulo e não somente numa relação mestre-aluno, era a sua chamada (Lc. 5: 1 – 11; Mt. 5: 18 – ss). Jesus lançou mão desta iniciativa e chamou os homens para aceitarem o discipulado (Mc. 1:17; 2: 14; Lc. 9:59 – 62; Jo. 1: 43).
            Na chamada feita por Jesus, não se trata de um relacionamento de aprendizagem do qual o discípulo pode posteriormente se separar como mestre (Mt. 23: 8). Seguir a Jesus exige que o discípulo se sacrifique de modo incondicional a vida inteira (Mt. 10: 37; Mc. 3: 31 – 35; Lc. 14: 26 – 27; 9: 57 – 62) para a totalidade se sua vida (Mt. 10: 24 – 25; Jo. 11: 16). Na chamada ao discipulado sempre está incluída a ordem de servir. Serviço inclui o ser pescadores de homens (Mc. 1: 17 e Lc. 5: 10). Devido à chegada do reino, teriam que buscar homens para o reino vindouro, por meio do testemunho e pregação do evangelho, trabalhando em nome de Jesus (Mt. 16: 15 – ss). No serviço então, os discípulos estarão expostos aos mesmos perigos que Jesus (Mc. 10: 32). Jesus andou à frente de seus discípulos em todas as situações, inclusive no sofrimento.

Nelson Bomilcar ainda acrescenta a esse estudo quatro considerações:
a.       O discipulado precisa ser repensado e desmistificado, principalmente diante de tanta confusão observada na história da igreja e em nossa geração, com modelos e programas centralizados em estruturas e instituições eclesiásticas.
b.       O chamado de Jesus para o discipulado é imperativo e evoca nossa vocação e missão. Fomos chamados para uma caminhada ao lado de Jesus, aprendendo de Sua vida e Seus ensinos, para conhecermos e fazermos a vontade de Deus, ministério que foi desvendado em Cristo (Ef. 1: 9) e devemos investir nosso tempo e vida em outras pessoas.
c.        O discipulado visa formar uma pessoa na cultura do Reino de Deus, para que a pessoa conheça, guarde e viva os mandamentos de Jesus.
d.      Importante não esquecermos que o discipulado é resultado da evangelização, resposta de pessoas ao conteúdo da mensagem do evangelho que temos de anunciar. O conteúdo essencial é: Cristo morreu, por amor, pelos nossos pecados, foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou, ressurreição confirmada pelo testemunho histórico de várias pessoas, registrado nas Escrituras Sagradas.
(BOMILCAR, 2002, p. 3 – 4).
Um dos grandes problemas que se tem hoje no meio evangélico é a compreensão errônea do que seja discipulado. Na maioria das vezes o discipulado é encarado como sendo apenas o acompanhamento inicial de um recém convertido. No entanto, nos evangelhos, como foi demonstrado, o discipulado começa com o chamado à fé e prossegue até o discípulo possa alcançar a maturidade. A maturidade não é a disposição de viver de acordo com determinados costumes ou de possuir determinado conhecimento doutrinário. Maturidade é alguém estar perfeitamente habilitado para desenvolver o ministério, ou serviço, para o qual foi chamado.
Ainda sobre o estudo do termo maqhthj (discípulo)na Bíblia, Christian T. Gillis (2002, p. 1 – 2), ex-diretor nacional de treinamento da Mocidade Para Cristo; diretor da Escola de Liderança e Ministério; professor no Seminário Bíblico Mineiro, Treinamento Para Líderes de Juventude (MPC), e outros; apresenta as seguintes considerações (que foram rearranjadas para atingir aos fins específicos do trabalho), utilizando o método de “verificar como a palavra foi empregada no restante do livro [Evangelho de Mateus] bem como nos dias de Jesus” (GILLIS, 2002, p. 47):
Uso comum do termo: Mt. 9: 14 (Vieram, depois, os discípulos de João e lhe perguntaram: Por que jejuamos nós, e os fariseus muitas vezes, e teus discípulos não jejuam?)
O trabalho demonstrará então que Jesus:
1.      Pregou às multidões
2.      Chamou alguns discípulos dentre as multidões e passou a ensiná-las
3.      Escolheu entre seus discípulos alguns para liderança do futuro movimento
1.      Jesus pregando as multidões (Mt. 4: 12 – 17):
O verbo pregar nos Evangelhos só aparece relacionado às multidões
O verbo pregar só aparece no início do ministério de Jesus
Curas, milagres e libertação acontecem predominantemente no contexto da multidão
2.      Jesus chamando discípulos (Mt. 4: 18 – ss; 8: 18 – 22; 9: 9):
Depois de algum tempo pregando, Jesus começou a chamar pessoas para serem seus alunos (discípulos). Esse grupo aparece com frequência nos Evangelhos: 70, 120, 500, etc...
Para esse grupão de discípulos a ênfase é no ensino, na formação de caráter. Raramente acontecem curas ou milagres dentro desse grupo.
3.      Jesus seleciona líderes (Mt. 10):
Depois de conhecer um pouco melhor seus seguidores passou a selecionar dentre eles alguns para que estes se tornassem líderes.
A este grupo, constituído por doze de seus discípulos, Jesus deu ensino ainda mais específico.

O trabalho entende então que a chamada para ser e para fazer discípulos não é uma opção, é uma responsabilidade de todos os crentes. Edward B. Berkey acrescenta que “o crescimento e a multiplicação da igreja é uma incumbência de todos os membros, que devem levar a sério esse mandato.” (BERKEY, 2003, p. 39). O trabalho com a multidão é apenas um estágio para se chegar a este. Entretanto, alguns haverão de passar por um “discipulado avançado” para se tornarem líderes.


3 Planejamento Estratégico
            Projeto em PowerPoint

4 Bibliografia
ANDERSON, Neil T.; SAUCY, Robert L.. Santificação: Como viver retamente em um mundo corrompido. Tradução Wanda de Assumpção. São Paulo: Vida, 2000.
BERKEY, Edward B.. Manual do Pastor e líder: ferramentas para o ministério. Tradução Lucy Yamakami & Gordon Chown. São Paulo: Shedd, 2003.
BROWN, Colin; LOTHAR, Coenen (Orgs.). Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. 2 Ed. Tradução Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2000, 2v.
BUGBEE, Bruce; BISPO, Armando. Como descobrir seu ministério no corpo de Cristo: Uma introdução à Rede Ministerial. 3. ed. Tradução Eduardo Ferreira. São Paulo: Vida, 2001.
COLEMAN, William L. Manual dos tempos e costumes bíblicos. Tradução Myrian Talitha Lins. Venda Nova: Betânia, 1991.
COLLINS, Gary R.. Aconselhamento Cristão. Tradução Neyd Siqueira. São Paulo: Vida Nova, 1995.
CORDEIRO, Wayne. Faça de sua igreja uma equipe. Tradução Alexandre Emílio Silva Pires. Rio de Janeiro: Danprewan, 2002.
DAUNIS, Roberto. Jovens: Desenvolvimento e identidade – Troca de perspectiva na psicologia da educação. São Leopoldo: Sinodal, 2000.
DOWNS, Perry. Ensino e Crescimento: Uma Introdução à Educação Cristã. Tradução Marcelo Cliffton Tolentino. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
EIMS, LeRoy. A arte perdida de fazer discípulos: Uma orientação prática àqueles que querem discipular. Tradução João A. de Souza Filho. Belo Horizonte: Atos, 2000.
EVANS, Tony. Discipulado espiritual dinâmico: os quatro pilares indispensáveis para a maturidade cristã. Tradução Yolanda M. Krievin. São Paulo: Vida, 2000.
FIELDS, Doug. Um ministério com propósitos para líderes de jovens. Tradução Jorge Camargo; Fátima Camargo. São Paulo: Vida, 2001.
FILHO, Pedro Luiz de Paula. Transformando vocacionados em modelos de exportação: Uma abordagem prática da igreja local no treinamento seletivo de candidatos ao ministério. Curitiba: Descoberta, 2002.
FRIESEN, Albert. Cuidando do ser: Treinando em aconselhamento pastoral. Curitiba: Esperança, 2000.
GANGEL, Keneth O.; HENDRICKS, Howard G.. Manual de ensino para o educador cristão: Compreendendo as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. Tradução Luís Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
HARRIS, R. Laird (Org.). Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. Tradução Márcio Loureiro Redondo; Luiz Alberto T. Sayão; Carlos Oswaldo C. Pinto. São Paulo: Vida Nova, 1998.
HENDRICKS, Howard G. Aprenda a mentorear. Tradução Nina Lúcia de Souza Jensen. Venda Nova: Betânia, 1999.
______. Ensinando para transformar vidas. Tradução Myrian Talitha Lins. Venda Nova: Betânia, 1991. 
HORRELL, J. Scott (Ed.). Ultrapassando barreiras: Igrejas inovadoras e métodos bíblicos que brotam no Brasil. São Paulo: Vida Nova, 1995.
KIVITS, Ed René. Quebrando paradigmas. 4ª edição. São Paulo: Abba Press, 2000.
KORNFIELD, David. Desenvolvendo dons espirituais e equipes de ministério. 3. ed. São Paulo: Sepal, 2000.
PIKUNAS, Justin. Desenvolvimento humano. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.
SHEDD, Russell P. A oração e o preparo de líderes cristãos. Tradução Milton A. Azevedo. São Paulo: Shedd, 2001.
______. O líder que Deus usa: Resgatando a liderança bíblica para a igreja do novo milênio. Tradução Edmilson F. Bizerra. São Paulo: Vida Nova, 2000.
WILKINSON, Bruce. As 7 leis do aprendizado: Como ensinar quase tudo a praticamente qualquer pessoa. Tradução Eros Pasquini. Venda Nova: Betânia, 1998.